Boas Práticas para o Turismo de Base Comunitária na Serra do Brigadeiro

05/04/2011 14:29

 

O Programa Boas Práticas para o Turismo de Base Comunitária na Serra do Brigadeiro, foi desenvolvido através de um consórcio entre as ONG´s Centro de Pesquisa e Promoção Cultural (Araponga) e a Associação Amigos de Iracambi (Rosário da Limeira), com o apoio do Ministério do Turismo e conta com as parcerias do Instituto Estadual de Florestas e das Associações dos Circuitos Turísticos da Serra do Brigadeiro e do Serras de Minas.

 

Para nossa maior visibilidade a nível nacional e internacional, o Programa Boas Práticas é membro da Rede TRAF - Turismo Rural na Agricultura Familiar (MDA) e da Rede Brasileira TURISOL - Turismo Solidário.

 

O enfoque do Programa Boas Práticas está na vivência dos saberes e fazeres das comunidades rurais, com trabalhos voltados a economia solidária, vivências rurais, trabalhos voluntários de construções rurais, agroecologia e principalmente o resgate da cultura popular dos grupos folclóricos da região, mobilizando-os para uma inserção na atividade turística no espaço rural.

 

O Programa implantou 05 Núcleos de Turismo de Base Comunitária (NTBC), a saber: NTBC do Boné com 03 empreendimentos rurais; NTBC da Pedra Redonda com 05 empreendimentos rurais; NTBC de São Joaquim com 05 empreendimentos rurais; NTBC dos Galdinos com 05 empreendimentos rurais e o NTBC do Itajurú com 11 empreendimentos, totalizando 29 famílias de agricultores familiares envolvidas diretamente e mais 36 famílias indiretamente.

 

As ações que o Programa Boas Práticas jrealizou foram os encontros locais de artesãos (foram realizados 04), oficinas de capacitação para gestão do negócio turístico (foram realizadas 05), formatação de roteiros de Turismo de Base Comunitária (06 roteiros). Produzimos um catálogo de produtos e serviços do Programa Boas Práticas, sinalização turística para todos os empreendimentos participantes, material informativo sobre os roteiros e um website.

 

Atualmente vivenciamos alguns desafios para a sustentabilidade do Programa Boas Práticas. O primeiro é a criação de um grupo gestor destes 05 Núcleos de Turismo de Base Comunitária que darão o suporte necessário para a sua continuidade na comercialização dos roteiros. Já realizamos uma missão técnica de intercâmbio com o Programa “Acolhida na Colônia” em Santa Catarina e com o Programa Turismo Solidário em São Gonçalo do Rio Preto (MG), entorno do Parque Estadual Rio Preto. Outro desafio segundo é a construção de fossas sépticas para todos os empreendimentos turísticos trabalhados no Programa Boas Práticas de Turismo de Base Comunitária, o que significa 30 fossas sépticas a R$800,00 cada, totalizando R$24.000,00 (vinte e quatro mil reais).

 

A quem se interessar em contribuir financeiramente com nossos desafios, convidamos para participar destes trabalhos, as ações serão em sistema de mutirão para a construção das fossas e trabalhos voluntários para as demais ações de gestão de nossos Núcleos de Turismo de Base Comunitária na Serra do Brigadeiro.

 

O Programa Boas Práticas contribui diretamente no surgimento de dois receptivos turísticos comunitários, são eles: a Associação dos Condutores Ambientais Serra dos Arrepiados (Bom Jesus do Madeira/Fervedouro); e a Agência de Turismo Verdge Aventuras (Belisário/Muriaé). Ambas as iniciativas já estão trabalhando na comercialização de roteiros e caminhadas na natureza. O Programa também orientou e apoiou a terceirização do restaurante Sabor da Serra localizado na sede da Associação Amigos de Iracambi, na qual os proprietários é um casal morador do Núcleo de Turismo Comunitário do Itajurú (Belisário/Muriaé).

 

De acordo com diagnóstico realizado, nosso público empreendedor são famílias agricultoras com uma média de 5 integrantes ( o casal mais 3 filhos), com média de 9,0 hectares de terra, trabalhando sempre em sistemas coletivos, planta culturas de subsistência, tem sua renda principal o café com no máximo 2 salários mínimos mensais, se organizam em associações e sindicatos, usam o PRONAF (Programa Nacional da Agricultura Familiar), sendo sua escolaridade apenas o ensino fundamental.

 

Trabalhar este Programa para nós é possibilitar um intercâmbio desta realidade, com um mundo que clama mudanças na busca de uma volta às origens do ser humano. Estes agricultores resistem em trabalhar estas Boas Práticas e cabe a nós mostrar a todos que comungam com esta antiga ordem mundial, o Turismo de Base Comunitária. Maiores informações: www.cepecmg.org/tbc